Por Gizele Martins Já era fim de tarde quando moradores e moradoras tomaram algumas ruas, ocuparam o asfalto e foram cobrar, gritar por direitos, tais direitos que nunca tiveram. Mas, como sempre acontece, estes moradores foram silenciados, calados, jogados para dentro da favela a base de muito tiro, tiro este que não era de borracha, era de fuzil. Tais balas atravessaram o corpo de mais de 10 moradores e moradoras daquela favela por uma noite inteira. Foi noite de terror, foi noite de lágrimas de sangue, noite em que favelados e faveladas eram arrancados de suas casas e foram exterminados, executados, era a chacina da Maré. Amanheceu, e tudo estava fora da normalidade, só ouvíamos tiros, tudo fechado, tudo literalmente silenciado, fomos às