Na Comunidade da Paz, em Itaquera, os moradores convivem com a falta de luz, água, saneamento básico e a ameaça de despejo por conta das obras que estão sendo feitas para a Copa do Mundo. A Grão Filmes foi até lá conversar com eles.
A equipe da Grão Filmes, produtora audiovisual vizinha da Pública na Casa de Cultura Digital, inspirou-se nas histórias da Comunidade da Paz publicadas no Copa Pública e foi a Itaquera, na zona Leste de São Paulo, ouvir os moradores sobre as transformações que os atingem, provocadas pelas obras da Copa – é ali que está o estádio programado para receber a abertura do megaevento.
A ideia do video produzido a partir de horas de conversas com os moradores – e que você pode assistir ao final dessa matéria – é ampliar o debate público em torno das decisões que afetam os habitantes de São Paulo, como a questão habitacional.
Alice Riff, uma das sócias da Grão, explica: ”Estamos acompanhando a preparação do país para receber a Copa e vendo que, ao invés de usar esse evento para obras que tenham como objetivo amenizar as desigualdades sociais e territoriais, quem tem se favorecido são apenas as construtoras. A Copa tem passado por cima das comunidades, de pequenos comércios, do Museu do Índio na semana passada no Rio, e tudo às custas de dinheiro público.”
Sobre o que mais marcou a equipe durante a visita, Alice diz:
“Para todos os moradores que conversamos, a Copa assim tão próxima não é a solução dos problemas, mas agora eles tem um certo poder para negociar. Viver sem segurança, sem água, sem luz e sem saneamento básico é a realidade destas famílias há anos, e esses problemas sempre foram ignorados. Mas como agora eles representam um obstáculo para a Copa, para o Parque Linear Rio Verde e para o Polo Institucional de Itaquera, de alguma maneira, a situação terá que ser resolvida. E há articulação política por parte da comunidade para conseguir o melhor para eles. Propor um plano urbanístico alternativo ao oficial (c0m0 eles fizeram) mostra a clareza dos moradores em relação aos seus direitos.”
Fonte: Agência Pública