Já são quase 20 anos, desde a criação do Malícia Urbana Crew, grupo de artistas independentes, formado por Mc’s e grafiteiros do subúrbio carioca. Um dos fundadores, Fael tem mergulhado neste universo cada vez mais. Em meio à favela e o asfalto, sua obra reflete o espírito de um verdadeiro artista de guerrilha.
Em 2005, Fael lançou um EP pelo Malícia Urbana, intitulado “Notícia Triste”. Já em 2017, lançou novamente pelo MU, a MixTape “Cidade dos Meninos”. Destaque para sua participação no Cypher Vandalism81, que contou com grandes nomes da cena, como Sant, Thiago Mac e Lívia Cruz.
Agora Fael apresenta o EP “Fruto da Favela”, trabalho escrito em 2012 em um momento de reclusão do artista que transformou a adversidade em criação, em poesia, em arte. Fael escreveu cinco musicas em uma semana e assim nasceu o EP. São cinco lindas, emocionantes e potentes canções que são verdadeiras explosões de afeto em todas as direções e dimensões da favela. “Fruto da Favela” é um grito em forma de poesia que busca tocar todos os corações sobre a realidade da favela. Uma obra prima.
Em cada canção uma verdade que Fael divide com os irmãos de caminhada Machintal, Acme, Coé e Tiago Mac. As produções seguem a mesma lógica e são assinadas por Booze Beats, Drato, Jeff Beats, Asiri e Xará.
– O EP Fruto da Favela foi Escrito em 2012 Exceto a faixa Flow, escrevi todas as letras em uma semana, tipo um desabafo, um grito, ser grafiteiro pobre não é fácil, assim como ser qualquer outra coisa na vida, precisamos ter “malícia” esse projeto ficou esquecido alguns anos por todas essas dificuldades que encontramos e temos que aprender a lhe dar, pra escolher entre as compras, contas e lazer ou Gravação, beat, mix, master e Tinta, se hoje eu volto com um bife de contra filé ou uma lata pra contornar o bomb, esse grito não podia ficar guardado, buscando meios de acontecer encontrei pessoas que me fizeram acreditar, que abraçaram meu projeto e construíram o meu EP junto comigo, eu nunca faria sozinho, isso é uma realização – declarou Fael
Sobre a essência do disco Fale declarou: “nesse disco você vai entender como um preto de favela fez pra conseguir viver da sua arte. Eu sou Fruto da Favela, represento por imagem e por poesia, eu falo da vida que a tinta dá sentido, eu falo de um orgulho que está em um lugar, independente do lugar onde eu esteja”.