Jô Odisseiana, como é conhecida no grupo Odisseias das Flores e na militância pelo Rap Feminino, mostra uma pegada diferente na música “Carne de Calango”, interpretada em parceria com Luiz Preto, do grupo Caos do Subúrbio.
Apresentando uma performance inovadora para cantar a música “Carne de Calango”, em parceria com Luiz Preto, integrante do grupo Caos do Subúrbio, a rapper e articuladora cultural, Jô Maloupas marca presença como um dos destaques do projeto Versus Grennhouse, iniciativa que une dois artistas para interpretar com total liberdade uma faixa, produzida por um beat maker.
“A participação no Versus Grennhouse foi importante para eu sentir que a produção do meu novo trabalho está no caminho certo”, conta Jô, afirmando que a parceria com o rapper do Caos do Subúrbio mostra a importância de escolher as pessoas certas para dividir uma faixa. “Eu vou apostar nas parcerias nesse EP, pois algumas músicas já estão prontas, mas eu quero colocar estilos diferentes, como reggae, ragga, rock e se marcar até funk”, enfatiza.
Em fase de finalizar a produção dos beats e fazer experimentações em estúdio, a rapper revela algumas faixas poderão ter vídeo clipes. “As músicas “Solte a panela” e “Tudo Passa” são carregadas de empoderamento do começo ao fim. E esse tipo de informação não pode faltar nesse trabalho, que é bem a minha pegada. Por isso, quero dar uma atenção especial pra elas e produzir um vídeo clipe pra cada som, pois são histórias que merecem esse registro”, destaca.
Com previsão de lançamento para o início de 2017, o primeiro trabalho solo da rapper está sendo produzido em paralelo ao novo disco das Odisseias das Flores. “Eu estou com várias ideias para o grupo e ao mesmo tempo, estou fortalecendo o meu trabalho solo e o mais louco de tudo isso é que tenho total apoio de todos os lados. E isso faz toda a diferença para produzir um trabalho com qualidade artística, musical e cultural”, conclui Jô.
Formada em Direito, a cantora acumula projetos que vão desde a organização de um livro, o “Perifeminas”, lançado em 2013, à participação ativa em coletivos e grupos musicais. Sua carreira musical teve início em 2002, quando começou a compor suas primeiras letras de músicas, mas foi em 2005, que Jô Maloupas se tornou cantora, impulsionada pela necessidade de expressar o que sentia. Em forma de protesto, fazendo a arte extravasar, formou o grupo Contrabando Sonoro, que teve seu fim em 2007. Jô Maloupas ainda fez participações no grupo de reggae Guerreiros De Sião. O que foi fundamental na agregação de novos conhecimentos musicais. Em 2008, junto com Chai e Letícia, fundaram o grupo de rap Odisseia das Flores. Nesta mesma época, Jô começou a participar de palestras e rodas de debate organizados pelo Portal Mulheres no Hip Hop, e foi no II Fórum de Mulheres no Hip Hop, em 2011, que surgiu a necessidade de trabalhar questões voltadas para as mulheres. Esta atuação vai desde oficinas, a debates, palestras, mobilização social e apresentações coletivas. Atualmente, faz parte dos coletivos: Odisseia Das Flores, Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, São Mateus em Movimento e Associação Cultural do Véio. Para ela, fazer parte do grupo é descobrir que é capaz, de através do rap, cantar suas verdades e ser ouvida. Jô acredita e faz questão de ressaltar que “Temos vários sentimentos, bons e ruins, e é através da música e da arte que transmitimos nossa mensagem”.