Violência hedionda não pode servir de justificativa pra orgulho machista!
Acredito que deva-se normatizar as relações humanas e os desdobramentos delas, suas consequências comuns dentro do aceitável destruindo no que puder influências e constituições machistas. O ato sexual encarregado de conceder prazer ao homem, o namoro, noivado ou casamento também encarregados de ceder prazer ao homem, satisfazê-lo em todas as formas é em si a norma, o comum, em uma sociedade doente e ‘capenga’ que não alerta aos ‘emprazerados’ sua própria deficiência. Retirando as influências esquizofrênicas do processo de escravização que nos incutiu muitas neuroses, penso que é/foi um processo comum a todos nós, homens e mulheres, e já que não somos todos estupradores, o estupro é então um desvio de conduta que possui um precedente na cultura e uma manifestação prática no ato desses desviantes. É preciso pensarmos nos limites-tolerâncias das pessoas.
Me parece por muitas vezes que alguns de nós homens não está preparado para se decepcionar, se frustrar, sem termos uma reação violenta no que diz respeito relacionamento afetivo devido, entre várias mazelas, uma coerção social ‘horrosa’ pela integridade da ‘macheza’. A submissão, o controle… fazem parte desse jogo de manutenção da posse por parte dos homens sobre mulheres. É preciso aceitarmos, compreendermos, normatizarmos as consequências de nossas ações considerando soluções que não estejam no campo da reafirmação dessa própria masculinidade torpe, suicida e em alto grau violenta. Ser corno está diretamente ligada a traição e engano (que são valores péssimos) onde a própria ‘sociedade’ recrimina e espera algum tipo de reação pela parte lesada. O maior problema é quando não se busca compreender os atos humanos, mas apenas reafirmar sua posição ou honra no seu grupo social. Me permita ser corno!
O Antiético – é a coluna que divulga os textos publicados por Flavio Antiéticos em sua página no Facebook. Flávio é cientista político e rapper integrante do grupo Antiéticos.