O Cineclube Buraco do Getúlio realiza no sábado do dia 14 de março, às 19h, na Praça dos Direitos Humanos de Nova Iguaçu, a Sessão Buraco Feminista. Pela primeira vez ocupando o espaço público, além dos filmes, o encontro também recebe intervenções e bandas com temáticas sobre feminismo e demais abordagens sobre direitos da mulher.
O coletivo acredita que mulheres da Baixada: negras, brancas, indígenas, asiáticas, cis, trans e todas que sabem e vivem a realidade de ser mulher na região, onde o buraco é mais embaixo, sejam as verdadeiras protagonistas deste grande ”filme-vida”. O cineclube traz à tona a necessidade do combate ao machismo, à misoginia, à homolesbobitransfobia e o racismo que, no mês de março — em parceria com diversas frentes, ativistas e movimentos feministas — abre o código e se propõe a fazer um Buraco Feminista. Sabendo da importância que é levar para o espaço aberto a discussão sobre o confinamento físico, social e psicológico a que centenas de mulheres ainda são submetidas há tempos, principalmente quando a Baixada Fluminense ainda se apresenta como a região com o maior índice de registros de estupros, assassinatos e violências contra a mulher do estado, o BG convida o público a participar desta reflexão. Apesar dos prognósticos, aparentemente não muito animadores, a sessão deste mês prova que o lugar não tem apenas violência, mas também resistência, arte e cultura.
O Buraco do Getúlio conta com o apoio da Escola Livre de Cinema, da Pirão Discos e do coletivo Roque Pense!.Transitando pelos mais diversos meios e endereços – reais ou virtuais, a seleção de filmes é feita por uma trupe que estuda, produz e assina seus próprios filmes. O nome “Buraco do Getúlio” surgiu de uma passagem subterrânea para pedestres que atravessa a ferrovia, batizada com o nome do 12º prefeito de Nova Iguaçu, Getúlio de Moura. A passagem, mais conhecida como “túnel” ou popularmente “Buraco do Getúlio”, deu nome ao cineclube. Durante seus dois primeiros anos funcionou na rua em frente a entrada dessa passagem, realizando sessões mensais e gratuitas. Inspirado em outro cineclube famoso na Baixada, o Mate com Angu, e desde a primeira sessão, na qual foi apresentado o documentário Ilha das Flores para 40 pessoas, o Buraco já ultrapassou a marca de 150 exibições. Atualmente, a média gira em torno de 200 espectadores por mês.
>>> Março <<<
BURACO FEMINISTA – PROGRAMAÇÃO
19h
– Colagem de Lambe-lambe na Praça pelo Coletivo Roque Pense;
– Brechó da Dona Pavão;
– Sebolinha Livros e Revistas;
– Ophanim;
– Exposição Xota-k;
– Bee Girl Ilustrações;
– Quanto Vale Uma Estória?
– Senhorita Amélia Ilustrações
FILMES >>>
– Desejo Citrullus, de Ana Bárbara Ramos – 1’15” – 2003
O que uma mulher grávida pode perder em nome de um desejo.
– Espelho Torcido, de Luiza Junqueira – 2 – 2013
“Espelho Torcido” é um grito de desabafo de uma jovem mulher que vê seu corpo ser considerado “fora dos padrões” de beleza. O filme contesta a definição de um corpo belo mostrando que o sublime se encontra até em corpos considerados esteticamente feios. A obra é uma busca pela autoaceitação da cineasta em relação a seu próprio corpo.
– Princesa, de Rafaela Diógenes – 15′ – 2010
Uma princesa volta pra casa depois de um dia de trabalho
– Cores e Botas, de Juliana Vicente – 16′ – 2010
Joana tem um sonho comum a muitas meninas dos anos 80: ser Paquita. Sua família é bem sucedida e a apoia em seu sonho. Porém, Joana é negra, e nunca se viu uma paquita negra no programa da Xuxa.
– Com o Terceiro Olho na Terra da Profanação, de Gabriela Rizo – 20′ – 2014
Sentimentos e magia transbordam de três garotas numa Sexta-feira 13.
– Vestido de Laerte, de Cláudia Priscilla e Pedro Marques – 13′ – 2012
Laerte percorre um longo caminho pela cidade de São Paulo em busca de um certificado.
ATRAÇÕES >>>
20h
– Intervenção Poética > Sil
– Intervenção Poética > Alice Souto
21h
– Intervenção Performática > Geise Gomes
– Intervenção Performática > Madame Fatah
22h
– Intervenção Performática > Taísa Machado
23h
Música
– DJ Nathalie Ribeiro
– PaguFunk
– Cretina