
Mandinga Beat por Porto
Inspirados no ritmo musical e cultural de origem iorubá, o coletivo fala sobre aconchego, apoio e comunidade na faixa que recebeu clipe dirigido por Bê Leite.
A música tem participação do músico cabo-verdiano, Hélio Ramalho.
São Paulo, março de 2025 – Dizem que a filosofia “Quem não pode com Mandinga não carrega Patuá.” surgiu quando os negros escravizados usavam o Patuá para fugirem enquanto fingiam que eram os mandingas – africanos islamizados de origem do antigo Império do Mali. Por saberem ler e falar árabe, logo, ficaram conhecidos como feiticeiros, e assim, o patuá fica conhecido como uma espécie de amuleto de proteção e força. É com esta frase, que “Mãe Me Diz”, a nova música de Mandinga Beat, começa e traz a história, a ancestralidade afro-brasileira enquanto reflete sobre o coletivo e proteção. A faixa recebeu clipe que saiu nesta sexta (11), com participação do músico cabo-verdiano, Hélio Ramalho e também recebe videoclipe que será lançado na próxima semana.
O clipe de “Mãe Me Diz”, dirigido por Bê Leite, foi gravado no Alto da Boa Vista, no Rio de Janeiro, e traz o conceito de Ancestral-Futuro. Elementos como o fogo, a água e a folha em interação com a obra afrofuturista de Cety Soledad selam o encontro do trio que evoca ancestralidade e movimento representada pela dança de Lorena Anacleto.
“Mãe Me Diz” chega como o segundo single que antecede o álbum do coletivo e reforça ainda mais o compromisso de promover a fusão de ritmos brasileiros e africanos em diálogo com a música diaspórica contemporânea. A música foi inspirada no ritmo Ijexá com a estética do afrobeats. Joss Dee e André Sampaio fizeram a produção e colocaram a voz de Hélio Ramalho, músico e cantor de Cabo Verde que mora no Brasil. Com a nova membro do grupo, Victória dos Santos, a artista escutou e introduziu seus versos e sua linda voz na música.
A canção vem como um afoxé, um manifesto, representa a festividade de ser alguém, ter um passado, ter um presente, uma comunidade que te apoia e te dá ferramentas para viver melhor. “Mãe Me Diz” é o Ijexá Afrobeat com acalento e proteção de uma mãe que abençoa seu filho, também representada na capa.
Escute:https://lnk.fuga.com/
O patuá que é apresentado na capa faz parte da obra do artista Cety Soledad, que com a junção da direção de Arte de Bê Leite e produzido pela TOCA, surge o Afrofuturismo dos adereços usados no clipe, que sai na semana que vem. O peito masculino representa a continuidade da mãe que abençoou seu filho com fundamento e proteção.
“Independente da reza, a benção da ancestralidade nos fortalece e ensina técnicas de sobrevivência na renovação do Axé, essa energia de vitalidade física e espiritual.” completa Victória, vocalista do Mandinga Beat.
Mandinga Beat é o encontro entre André Sampaio – guitarrista, cantor e produtor musical brasileiro que mergulhou fundo nas guitarras do oeste africano em contato com as musicalidades da diáspora – e Joss Dee – DJ, beatmaker e produtor musical angolano que traz consigo os afrobeats, afro house, kuduro e outros gêneros eletrônicos africanos. A dupla se uniu à cantora e percussionista Victória dos Santos que integra o coletivo trazendo sua bagagem de sambas, sembas e ritmos de terreiro.
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MANDINGA BEAT
Afrobeats e fusões Brasil-África
Mandinga Beat é um coletivo que promove a fusão de ritmos brasileiros e africanos em diálogo com a música diaspórica contemporânea. Com uma sonoridade única que surge de encontros e intercâmbios culturais em viagens ao Mali, Burkina Faso, Moçambique, México, Europa, Angola e Brasil, o Mandinga Beat convida aos ouvintes a uma viagem musical entre Brasil e África. Um grande encontro de sons periféricos no qual o ritmo – o beat – é a chave.
O coletivo nasce do encontro entre André Sampaio – guitarrista, cantor e produtor musical brasileiro que mergulhou fundo nas guitarras do oeste africano em contato com as musicalidades da diáspora – e Joss Dee – DJ, beatmaker e produtor musical angolano que traz consigo os afrobeats, afro house, kuduro e outros gêneros eletrônicos africanos. A dupla se uniu à cantora e percussionista Victória dos Santos que integra o coletivo trazendo sua bagagem de sambas, sembas e ritmos de terreiro.
O coletivo produz novas fusões musicais entre África e Brasil aliada a cantores, produtores e músicos que trazem outras pontes com ritmos periféricos e de matriz africana – o coletivo expande horizontes ao aprofundar o diálogo entre ancestralidades e contemporaneidades.
Desses encontros brotam fortes riffs de guitarra de diversos estilos africanos, passando pelos ijexás e bebendo também do funk rock norte-americano. Cantigas tradicionais, rap e canções costuram a poética que aborda assuntos desde ancestralidade até críticas sociais, sempre buscando uma mensagem positiva e de superação das dificuldades. Dos berimbaus, passando pelos tambores do candomblé, do caribe e até do coco nordestino – o groove dos afrobeats faz a ponte entre os ritmos modernos de África e o funk, samba-rock e outros gêneros do Rio de Janeiro. Tudo isso envolvido por uma atmosfera dub / reggae aditivados por beats e timbres eletrônicos que trazem o som do grupo para um contexto urbano e contemporâneo.