Fabio Brazza e Criolo – credito: Oswaldo-Vulto
Single antecipa o novo álbum do rapper paulistano e questiona o controle que ainda temos sobre nossas vontades na era digital
Com nove álbuns já lançados na bagagem, Fabio Brazza construiu uma trajetória marcada pelo equilíbrio entre improviso, poesia e composição. Neto do poeta Ronaldo Azeredo, iniciou sua jornada nas míticas batalhas de rima do metrô Santa Cruz, onde se destacou por sua habilidade lírica. Com o tempo, tornou-se um dos artistas mais versáteis da cena, transitando entre o rap e a música popular brasileira. Suas composições já foram gravadas por Diogo Nogueira, Edi Rock, Negra Li e Atitude 67, além de sambas-enredo no Carnaval paulistano.
Agora, em um momento de expansão artística, Brazza prepara o lançamento de “A Roda, A Rima, O Riso e a Reza”, um álbum que amplia seus horizontes musicais sem perder sua essência. O primeiro passo dessa nova fase é “Sonhos”, single que chega às plataformas amanhã, 21 de fevereiro, com participação especial de Criolo e produção assinada por Prod Paiva e Xuxa Levy — dois dos produtores mais respeitados do rap nacional.
Escrita por Fabio Brazza, em parceria com Daniel Tatit, “Sonhos” reflete sobre a resiliência necessária para manter viva a capacidade de sonhar em um mundo onde desejos e aspirações são cada vez mais moldados por algoritmos. “Na era da IA, o quanto somos donos dos nossos sonhos e o quanto somos condicionados a sonhar, gostar e consumir o que o algoritmo nos vende?”, questiona Brazza.
Com sua interpretação marcante, Criolo amplifica a potência da mensagem no refrão. A parceria concretiza um desejo antigo de Fabio Brazza, que sempre teve Criolo como referência. “Desde que comecei a trabalhar neste álbum, sonhava em contar com ele em uma música. Fiz o convite, ele aceitou, e gravamos juntos essa faixa que, para mim, é uma das mais especiais da minha carreira”, conta o artista.
“Sonhos” abre caminho para o lançamento de “A Roda, A Rima, O Riso e a Reza”, previsto para chegar ao mercado no primeiro semestre de 2025, pelo selo Yalla Recordings. Musicalmente mais orgânico e plural que seus antecessores, o disco transita entre rap, samba e outros gêneros brasileiros com naturalidade e criatividade. O projeto, que se desdobra também em um documentário, além de Criolo, traz participações de nomes de peso como Ferrugem e Xande de Pilares.