“Para que serve a utopia? Para continuar caminhando” parafraseando o escritor Eduardo Galeano, Roger Deff dá a síntese da mensagem do seu novo trabalho intitulado Utópico. A faixa, com lançamento nas plataformas previsto para 20 de agosto, dá o tom do novo álbum do rapper mineiro, que terá um segundo single lançado em setembro antes do lançamento das demais faixas em outubro de 2021. Mantendo a crítica social dos discos anteriores, Deff fala também da importância de enxergarmos outras possibilidades, outros horizontes, para além do caos estabelecido, e pontua o quanto a arte tem contribuído, não apenas para protestar, mas para alimentar uma esperança necessária. “Vivemos um momento muito difícil e acredito que a maior contribuição que posso dar enquanto MC, enquanto artista, é construir narrativas que apontem para outras direções. Se a não acreditamos que as coisas podem mudar ficamos apáticos, o que é muito perigoso”, comenta. “Utópico” será lançada nas plataformas no dia 20 de agosto. A música foi produzida por Sérgio Giffoni, antigo parceiro de Roger Deff no grupo mineiro Julgamento, e o músico Fernando Macaco. Todas as faixas que farão parte do novo disco foram gravadas no período da pandemia, entre 2020 e 2021 o que fez com que o processo fosse realizado à distância. “Gravei todas as vozes da minha casa, com os recursos que tenho, e enviei para o estúdio para que Giffoni e Fernando produzissem, foi a primeira vez que fiz um trabalho inteiro assim”, relata Deff.
As cores do rap
Outra faceta interessante do novo trabalho são as artes desenvolvidas pelo grafiteiro e ilustrador Binho Barreto. O artista traduziu nas capas as mensagens dos singles e do álbum, com inspirações que vem dos quadrinhos de nomes como Robert Crumb e do rap produzido na década de 90 por ícones domo Public Enemy e DelaSoul.
Utópico – Ficha Técnica
Letra: Roger Deff
Beat: DJ Giffoni e Fernando Macaco
Gravado e produzido no Estúdio Giffoni – BH/ MG
Capa: Binho Barreto
Sobre Roger Deff
Rapper de Belo Horizonte, Roger Deff está na cena do Hip Hop desde os anos 90,quando iniciou sua caminhada com o grupo Julgamento, com o qual gravou 3 álbuns – No foco do CAOS (2008), Muito Além (2011) e Boa Noite (2018). Em 2019 lançou seu primeiro álbum solo intitulado “Etnografia Suburbana” trabalho no qual o artista aborda a relação entre periferia e centro bem como a contribuição cultural da diáspora negra e as várias questões relacionadas à identidade negra e periférica. Produzido por Edgar Filho e Ricardo Cunha, o álbum passeia pela diversidade musical de matriz africana, tendo o rap como ponto central e navegando por estilos como o funk, o rock, o samba e o maracatu. O trabalho conta ainda com as participações de Flávio Renegado, Ricardo HD, Douglas Din, Celton Oliveira, Luciano Cuica Play, Michelle Oliveira e Richard Neves (Pato Fu). Em 2020 o artista se dedicou aos trabalhos em parcerias estabelecendo conexões com artistas de universos musicais distintos, a exemplo do single “Reflexões do Isolamento” produzido em parceria com o músico Barulhista e o remix “Pro Combate”, com a participação do DJ Hamilton Jr e produção do Poliphônicos, ambos produzidos e lançados em meio à pandemia. Em 2021 Deff realiza participações como artistas diversas como Loss, Elisa de Sena e Raul Zion (Pequena Morte). Em meio a estes trabalhos artista prepara um novo disco, gravado num contexto de isolamento, no qual as vozes foram gravadas de casa e toda a produção instrumental feita à distância, no estúdio, com produção de Sérgio Giffoni e Fernando Macaco. http://rogerdeffmc.com/