Coruja BC1 lança EP “Antes do Álbum”, falando sobre sociedade, afetividade e preconceitos

Coruja BC1 - EP "Antes do Álbum"
Produzido durante isolamento social, o EP foi lançado nesta quarta-feira (13)

Fazer um EP dentro de casa tem me ajudado no isolamento, e a intenção é que esse material também possa chegar da mesma forma na vida das pessoas, no dia 13 de maio”. Esse é o objetivo do rapper paulista Gustavo Vinicius Gomes de Sousa, o Coruja BC1, com o lançamento do EP “Antes do Álbum” nesta quarta-feira (13), em todas as plataformas digitais. A quarta obra da carreira do cantor e compositor nascido em Osasco – além da mixtape “A voz do Coração”, de 2014 – foi composta por ele em apenas um dia. Coruja usou das dificuldades do momento de isolamento para se agarrar a única coisa que o faz criar uma realidade mais amena, a arte.

“Eu resolvi fazer esse trabalho no meu período de isolamento, tanto como uma autoterapia, mas muito mais como criar um conteúdo sobre as experiências desse ano de 2020, sobre anseios, afetividade, preconceitos e sociedade em geral. Então eu peguei esses temas e fiz um disco, com o objetivo de trazer entretenimento, informação e estar criando neste período de pandemia”, relata o cantor.

Nas sete músicas do disco, Coruja aborda várias vertentes de Boombap – estilo de beat clássico do rap, que nasceu do soul e do funk em forma de loop – e afirma que a escolha não foi por conservadorismo e sim por amor e gratidão a batida. Nas letras, o rapper faz uma conexão com a afetividade a partir de músicas como “Baby Girl” e “João e Maria”, nas duas faixas Coruja divide o microfone com Cazz.

Apesar da característica mais emotiva do EP, Coruja não deixa de destacar as críticas a sociedade tão características do rap, ainda mais num contexto político tão conturbado. Em “VIP”, o compositor traz a discussão de como as estruturas racistas trabalham em um plano genocida, muitas vezes de forma quase imperceptível.

“Como a maioria dos meus álbuns e a minha história com a arte, ela sempre nasce como uma forma de adaptação ao momento de dificuldade pelo qual estou passando. E nesse caso, não foi diferente, esse EP nasce em uma pandemia”, lembra Coruja.

O EP também conta com grandes nomes do rap, tanto nas colaborações, quanto nas produções. O EP é produzido por Deryck Cabreira, Grou, Knela, Skeeter, DJ Will e pelo próprio Coruja. Nas canções, além da participação de Cazz, Késia Estácio também se faz presente na faixa “Som de Fazer Pivete”. 

O nome do EP “Antes do Álbum” – que também é título da última faixa do disco – chamou atenção dos fãs de Coruja. Segundo o rapper, o plano de começar as gravações do novo álbum no início de maio deste ano, no Rio de Janeiro, foi adiado por conta da crise do novo coronavírus. O artista afirma que a obra será algo totalmente diferente do que o mercado da música brasileira tem produzido atualmente.

Maio não é apenas um mês comum para Coruja, no dia 23 de maio de 2001 o pai do rapper foi baleado com 6 tiros na frente do filho em uma tentativa de assassinato. A data foi ressignificada pelo artista no ano passado, quando ele a escolheu como o dia do lançamento do álbum “Psicodelic”. Esse ano, maio será novamente um mês de muitos significados para a carreira e vida pessoal do artista.

O novo EP de Coruja BC1, “Antes do Álbum”, está disponível nas plataformas digitais via ONErpm.

Ouça “Antes do Álbum”

https://open.spotify.com/album/7jfl1y5FbyRfnb0Am2Jana?si=z0D4L99iR0S5Niy20kVpsQ

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