O filósofo alemão Friedrich Nietzsche afirmou que “a arte existe para que a realidade não nos destrua“. Ontem (24/03), ao lançar o curta-metragem “Lágrimas de Crocodilo”, o rapper pernambucano Diomedes Chinaski provou que Nietzsche tinha razão e nos resgatou da dura realidade dos tempos de quarentena com sua arte.
O filme, que é uma realização da Seabra Produção e vem sob a direção da cineasta Barbara Vida, tem como base seu próximo álbum, intitulado “Crocodilo Boy”, que tem previsão de lançamento para dia 07/04 e contará com as participações de Bibi Caetano, Choice, Iara, Jucy, Sagaz das Atalaias e Terra Preta. “O filme retrata a trajetória do personagem CrocodiloBoY (Diomedes Chinaski), que migra de Pernambuco para São Paulo e para se proteger da saudade e das adversidades de uma grande cidade ativa um modo mental. diante de uma situação de dor profunda, onde é criada uma capa imaginária, dura tal qual a do crocodilo”, disse Diomedes.
“Lágrimas de Crocodilo” tem um belo trabalho de fotografia e um roteiro bem escrito, enxuto e objetivo que traz a mensagem do filme com bastante clareza. O filme funciona como um instrumento que dá voz, através de imagens documentais e entrevistas, a nordestinos refugiados em São Paulo, que relatam suas dores, solidão, saudade e agruras. Muitos nordestinos se sentirão representados, pois o filme, com sua linguagem direta permite essa conexão com as outras vozes externa a ele..
O curta faz a introdução do conceito do álbum apresentando trechos de seis faixas (Fase Ruim, Realmente Real, Santa Nota, Rafflesia, Crocodiloboy e Rosa) de um total de 13. Os trechos das canções mostra que “Crocodilo Boy” trará um Diomedes mais maduro artisticamente. Um artista em expansão, buscando romper limites e viver novas experiências e para isso deixa sua criatvidade navegar na sonoridade do R&B, do Jazz, mas também buscando trazer para seu trabalho a magia e a versatilidade do som orgânico. Tudo isso acompanhado de uma poesia forte, profunda e verdadeira.
Embora as lágrimas dos crocodilos sejam mecânicas, ou seja, com total ausência de emoções ou sentimentos, as lágrimas do Crocodilo Boy virão carregadas de afetos, sutileza e emoção. É o que nos mostra os trechos das músicas apresentadas no filme. A selva de pedra não anestesiou o poeta nordestino que continua forte, vibrante e desbravador.