King estreia na cena do Rap com lançamento do single e diz: “realização de um sonho”.
Chega nesta segunda-feira (dia 30) nas plataformas digitais o single “Fim de Ano”, da artista King. Em seu primeiro lançamento, King usa sua versatilidade de flows e sua experiência em batalhas para trazer uma reflexão sobre a época do ano pela ótica da mulher preta e periférica. Em entrevista a artista conta sobre a sensação de estar lançando o primeiro single
“É uma alegria muito grande conseguir produzir um som meu. Quando não nascemos em berço de ouro temos que correr muito mais e é por isso que é uma satisfação, é a realização de um sonho.”
A música fala sobre rejeição da sociedade, combate o racismo e o machismo por meio das rimas e critica o conservadorismo que regra a sociedade e se acentua durante o Natal e Ano Novo. O cenário colorido e iluminado em comemoração as festividades chama a atenção pela beleza e ao mesmo tempo contrasta com a letra de protesto, se tornando uma das marcas do clipe
“Quando recebi e ouvi o beat sabia que eu tinha coisa pra falar ali. Abordei assuntos importantes que ninguém lembra em fim de ano. Procurei trazer uma parte dançante e uma parte de maior consciência, para cutucar as pessoas e fazer elas pensarem em assuntos que muitos não se importam”, afirma King.
POR QUÊ KING?
Segundo a artista, o vulgo King representa a criação de uma heroína indestrutível enquanto recita suas poesias ou canta suas músicas. Seus versos são a principal arma para combater o racismo, o machismo e a homofobia.
BIOGRAFIA
Kelly Silva, vulgo King, iniciou no ramo da poesia falada (poetry slam) em 2018, com apenas 17 anos participou do Slam SP e Slam BR. Se destacou ao alcançar o título de vice-campeã nacional na competição. Em 2019 repetiu o feito.
É autora dos fanzines “Bloco de notas que ninguém lê” e “A poesia salva”, participou também da antologia de poesias do Slam Resistência e Slam da Guilhermina. Logo após teve participação no programa Manos e Minas da TV Cultura.
No ano de 2019 desenvolveu a oficina de escrita criativa “Afroraízes”, trabalho social realizado na Cidade de Deus que apresentou o universo das poesias para as crianças da comunidade. De acordo com seu trabalho King mostra a vivência de uma mulher negra periférica e se destaca pela sua maneira de se expressar e entendimento acessível.
CURIOSIDADES DO BEAT
Criado pelo beatmaker e editor Christopher Noto, o trap acompanha a modernidade da parte visual do clipe e a batida agressiva do 808 faz as caixas baterem agradando aos fãs do som mais potente do grave.
curiosidade fica por conta dos timbres de Natal, o beatmaker revela que se inspirou na animação “O Estranho Mundo de Jack”, em especial a cena em que sequestram o Papai Cruel, fazendo referência ao “bom velhinho”.