Música traz a cantora Dona Onete e os rappers Jé Santiago e Papillon.
Emicida ataca o racismo e propaga o poder negro em sua nova música Eminência parda. Primeiro single e o carro-chefe de divulgação do próximo álbum do rapper paulistano, ainda sem data de lançamento, Eminência parda chegou ontem, 9 de maio, às todas plataformas digitais, revelando um pouco da potencia e do orgulho negro que nortearam o repertório do álbum que irá suceder Sobre crianças, quadris, pesadelos e lições de casa lançado em 2015.
“Eminência Parda”, conta com a parceria da cantora paraense Dona Onete, do rapper paulistano Jé Santiago e do rapper português Papillon. A música vem com produção assianda por Nave, que já colaborou em outros trabalhos como “Boa Esperança”.
A musica abre com Dona Onete interpretando versos do Canto II, tema do álbum em domínio público Canto dos escravos, que contém cantos ancestrais dos negros benguelas, de São João da Chapada (Diamantina, Minas Gerais). Em seguida, Jé Santiago versa sobre um jovem negro que vence na vida e conquista espaço numa sociedade racista e assim foge das estatisticas. Tudo colocado com um discurso positivista que marca a música. Por ultimo temos o Papillon reforçando a temática mostrando seu ponto de vista sob a ótica de quem vive do outro lado do Oceano Atlântico.
Em seu perfil no Twitter, Emicida comentou sobre o significado da música. “Em política, eminência parda é o nome que se dá quando determinado sujeito não é o governante supremo de tal reino ou país mas é o verdadeiro poderoso”, disse.
“Eminência parda é uma expressão francesa que tem um significado provocador, assim como essa canção”, diz Emicida por meio de nota de divulgação. “De onde emana o verdadeiro poder? Quem nos diminuiu até acreditarmos que o poder e pessoas como a gente eram elementos contrários? É uma música sobre grandeza autêntica”, completa.
Dirigido por Leandro HBL, que assina o roteiro do vídeo com Emicida, o vídeo tem um formato de curta-metragem e mostra uma família negra comemorando a formatura da filha na faculdade. Ao chegarem a um restaurante chique, recebem olhares de desaprovação. Nesse momento, os takes se alternam entre a família, feliz, conversando no restaurante e também em outras posições – como assaltantes, faxineiros, strippers, escravos e até dependentes químicos. Nessas situações, as mesmas pessoas que estão no restaurante aparecem em posição de superioridade, levantando o questionamento sobre qual é o lugar dos negros em nossa sociedade.
De acordo com Emicida, o final do clipe seria outro, mas acabou sendo modificado após o tiroteio por parte de militares que matou um músico e um catador de lixo no Rio de Janeiro.Confira: