A olho nu, pode passar despercebido, mas todos esses nomes passam pela Mondé – selo e agência musical independente do Rio de Janeiro. Que ao contrário do que parece, não é um nome francês, mas sim um nome indígena, bem brasileiro, que rima com café, conhecido nacionalmente assim como alguns artistas no selo.
Todo esse cenário está reunido na playlist “#criesuacena vol. 1”, coletânea que subverte o conceito de cena musical, rompendo as barreiras territoriais e reunindo todo mundo através de plataformas como o Spotify.
“O consumo de playlists tem revolucionado o mercado da música. Um exemplo recente foi o lançamento do último álbum do rappper Drake, que saiu no formato comercial de playlist”, explica Rodrigo Caê, mais novo participante do selo, produtor e co-criador do site ENTRETERE e cabeça do projeto Hollywood Mantra, onde explora seu lado autoral.
Apesar do viés digital, as histórias que unem os participantes do selo não ficam só online, os artistas interagem entre si e de forma orgânica. Desse modo criando também conexões com outros artistas, como no caso de Sistah Mo Respect que já participou de uma gravação com Caetano Veloso, Emicida e Lenine. Outro exemplo segundo disco do grupo do músico Zé Bigode, “Fluxo”, já é considerado um dos melhores discos de 2017, segundo o Estadão. Mostrando assim que os artistas da Mondé estão na vanguarda musical do eixo Rio-SP.
“É importante dar o protagonismo pra quem vem trabalhando de verdade com a cultura, e dar o espaço merecido pra quem respeita, pra quem não está no hype” Gabriel Marinho, fundador da Mondé
Voltada para a cultura afro urbana, elo que une a sonoridade de seu casting, o selo vem permeando desde expressões como afrobeat e jazz, até manifestações contemporâneas como o rap e o funk. “É importante dar o protagonismo pra quem vem trabalhando de verdade com a cultura, e dar o espaço merecido pra quem respeita, pra quem não está no hype” – diz Gabriel Marinho, fundador da Mondé, e um dos elos principais entre o artistas do selo. Tal conceito fica claro também na capa da playlist #criesuacena, um trabalho artístico da designer e vídeomaker Lilian Bonard sobre uma foto do projeto “Black Nude Pearls” no qual a modelo Maia Boitrago é retratada com uma estética afrofurista.
Além do viés artístico, o selo tem também seu lado voltado para o music business. Atuando como uma agência musical desde 2011, já foram assinadas trilhas sonoras para as marcas Kenner e Oi Futuro, além de realizar uma ação de marketing junto as operadoras Tim e Claro com uma música da cantora Tássia Reis, um marco também foi a o convite para o festival Reencontres Itinerants e Residentes, que levou para Paris em 2015 os grupos Descolados e Carta Na Manga juntamente com o produtor Gabriel Marinho. Figura também entre as ações da Mondé um licenciamento da música “O Ar”, da cantora Bruna (antes Bu) Araújo, para a coletânea “Jovens Tardes” da gravadora Som Livre.
Desse modo, a Mondé atua na linha de frente da economia criativa, o projeto #criesuacena visa nao só fomentar um cenário musical, mas também prestar curadoria para empresas e demais envolvidos no mercado que queiram se aproximar do streaming e demais plataformas atuais de consumo de música.