Confira a entrevista realizada por Nego Mario da Banca Somos 1 Só com a graffiteira katiuscia coelho, PAGÚ de Pelotas, Rio Grande do Sul a grafiteira fala um pouco sobre sua trajetória, influencias e sua opinião sobre outros temas.
1 – PAGU , nos conte um pouco de como começou seu desenvolvimento com o grafite e sobre o seu trabalho ?
PAGU – Bom, sou apaixonada por todo tipo de arte, toda forma de expressão. Trabalhando com artes visuais, comecei a entrar mais no mundo do hip-hop. Fotografando eventos como spraysons (Pelotas), Battle in the cypher (Bento Gonçalves) Forfun , Espetáculo Dj Anderson (Poa), entre outros eventos autorais de artistas de Porto Alegre.
Vendo a necessidade de colocar o nome da PAGÚ (Patricia Galvão) uma modernista dos anos 30,revolucionária e feminista, a qual é meu ponto de estudo e vejo a grande importância em não deixar “apaga-la da nossa história”, comecei a colar stickers nas placas, escrito PAGÚ,depois mais envonlvida com quem realmente fortalece a cultura foi só evolução na rua. tag,stencil,bomb, tudo que nos move nesse constante aprendizado.
PAGU – Venho de uma família onde mãe e irmãs sempre fizeram artesanato, musica também esteve sempre muito presente na minha vida.
Chegando a Porto Alegre uma grande parte dos amigos que a vida foi me dando, já eram ou tinham alma de artista, aí com boas influências, foi só seguir naturalmente.
3 – O que é ser uma mulher graffiteira?
PAGU – É resistência!
Buscar seu espaço, em um meio muito masculino ainda, porém como em todas outras áreas as mulheres estão dominando a cena, e mostrando que a igualdade vai ser sempre nossa luta.
4 – Na sua cidade existe repreensão aos grafiteiros ?
PAGU – Ainda sim, talvez até mais agora com esse governo que chegou tentando devastar tudo de bom que temos.
A cultura do hip-hop vai lá onde o governo não vai, traz a tona um certo “poder” de expressão, de manifesto..logo isso acaba incomodando.
5 – O que você mais gosta no graffite?
PAGU – Essa coisa de trazer cor, alegria. De transformar visualmente um lugar, deixar um pouco da sua história, registrada nos muros da cidade.
Passar e ver que você fez a diferença mesmo que em poucos metros quadrados muitas vezes. Que as pessoas vão te procurar em redes sociais por ver seu trampo na rua. Trazendo manifesto, inspiração… ALEGRIA mesmo.
6 – Você cria relações humanas nos lugares em que pinta ?
PAGU – Sempre, pela comunidade o graffiti deixou de ser algo ruim, deixou de ser vandalizado e todos querem ver mais de perto, querem conhecer um pouco mais dos escritores de graffiti que ali estão.
7 – Já aconteceu de você mudar os rumos do lugar que estava pintando devido á intervenção de outras pessoas?
PAGU – Até hoje não, sempre fui muito bem aceita, sempre houve uma interação boa nos lugares escolhidos pra pintar.
8 – O que você acha da popularização do grafite ?
PAGU – O graffiti consegue trazer para o mesmo momento pessoas de diversas classes e vivencias. E isso é ótimo.
Hoje em dia desde a criança até a senhorinha quer parar e fazer um risco. Também não está só no muro da cidade, ta no painel evento cultural, ta no comércio, na moda..É bem mais amplo.
9 – Fale um pouco das suas pinturas
PAGU – Sempre desenhei com papel e lápis, mas tinha deixado de lado por um tempo, longo tempo na verdade.
Quando me interessei mais, pude conhecer mais, ver a mágica que acontece com um spray na mão e uma boa criatividade.
Na rua além do nome da PAGÚ, risco UP, que é uma forma de lembrar as manas sempre a importância de ir além, á frente!! Após longas conversas com muitas delas ouvia a frase: Me deu um UP conversar com vc… abstraí isso de maneira muito grata sempre por sentir que meu objetivo havia sido alcançado.E mesmo que de forma subliminar pra elas na rua vai estar ali, em algum canto da cidade, de repente em algum momento que alguém precise, um UP! Um vá além, levante a cabeça!
10 – Você pode descrever o grafite em sua cidade?
PAGU – Porto Alegre ta bem forte na cena do graffiti, grandes talentos manos e manas , cada vez mais unindo forças e conhecimento, fortalecendo a cena como podem, agitando eventos na rua.
11 – Gostaria de saber o que você acha sobre esta conexão sua coma a banca somos 1 so ?
PAGU – Melhor impossível, fazer parte dessa banca que respeita e fortalece as manas pra mim é uma conquista incrível. Estar próxima, ter a oportunidade de conhecer os talentos que nela estão é impagável.
Importante! A união vai fazer a força sempre, e a união das minas é uma luta de anos. Que ta ganhando força e conta com aliados como a banca, que quebram paradigmas e vem mostrando aí o que tem de melhor na cena.
12 – Que conselho você daria para as mulheres que estão começando nesse cenário tão exclusivo aos homens?
PAGU – Que se mantenham deixando seu legado. Entendendo que não pode existir sexismo quando o assunto é arte. Arte é pra ser vivida, saboreada por todos.
13 – Mande um salve pra quem você quiser?
PAGU – Meu salve não poderia ser diferente, vai para quem com muito carinho e boa vontade se mantém presente todo dia ajudando, inspirando,..meu companheiro de todas as horas REIS grande mestre da cultura hip-hop.
katiuscia coelho, PAGÚ
29 anos
Pelotense, que mora em porto alegre ha 10 anos.
Feminista, fotografa e graffiteira dos ul.
Apaixonada por arte, fortalecendo a cena com registros de cypher, graffites e streetart em geral,
Buscando emponderar as manas, e colocar o nome da PAGU (feminista, revolucionaria dos anos 30) na rua.comecei no inicio de 2016 colar stickers na rua com seu nome em placas da cidade.
Logo menos junto com REIS, ESCRITOR DE GRAFFIT comecei a colocar na parede, dando vida a minha grande paixao Tinta na parede. De lá pra cá, só evolução…com muito amor e humildade hj em dia alem de fortalecer com registros fotográficos também deixo um pouco da minha historia registrada nos muros da cidade.
Excelente entrevista. Parabéns Guerreira