Por J.a. Reis
Ser tatuador é ser responsável pela função que só os olhos são capazes de realizar, a transparência da alma em forma de imagens.
Se os olhos são as janelas da alma, a pele, com certeza, já se tornou um mural para que se exponham todos os desejos, caminhos, vontades, realizações e homenagens à família, amigos, amores e ate mesmo ídolos!
Ser tatuador é antes de tudo, ser artista, é ver em uma pele a oportunidade de se fazer uma obra de arte. É ser psicólogo durante as horas de uma sessão, a maca tornou-se um divã atual.
É ser feliz várias vezes ao dia e ao mesmo tempo ficar triste quando um cliente prefere copiar ao ser original com uma arte sua. É ficar horas tatuando para pigmentação dar certo e, no final, ficar com uma cara de bobo vendo o resultado
É viver à margem e ver essa margem cada vez mais sendo aceita pela sociedade
Ser tatuador não é só chegar com uma máquina e jogar tinta na pele, longe disso!!
Tatuadores vivem diferentes. Agem diferentes. Pensam diferentes.
E não é porque ser diferente tá virando coisa normal que nós nos tornaremos. Um tatuador se destaca na firmeza, na criatividade e nas raízes de sua escola.
Tatuagem é coisa séria. Aumenta a autoestima ou a destrói em um segundo!
Mexer com a autoestima de uma pessoa não é pra qualquer um. Assim como transmitir uma mensagem a ouvidos virgens de ideologia usando o Rap como instrumento também não é pra qualquer um!
Tamo junto família.
J.A.Reis é rapper, tatuador, um dos organizadores da roda de rima da 4P na Pavuna, Zona Norte do Rio de Janeiro e editor e assina a coluna Mundo Tatto no Polifonia Periférica.