Por Flavio Antiéticos
Acho esse termo “pobre” maior desserviço! Favelado tem até um peso representativo, mas preto pobre que a galera gosta de usar aí… sei lá… Acho mó papo inversamente proporcional à branco cult. Primeiro que mesmo nascendo e sendo criados na favela a gente não é pobre! Nosso povo não é pobre! Aceito dizer que estamos temporariamente sob domínio econômico dos descendentes daqueles que nos sequestraram. As vezes penso se é vicio da esquerda, a gente se vincular a esses adjetivos pra querer provar que somos de classes exploradas e ganhar algum tipo de legitimação na fala. Na real, esse termo “pobre” pra mim num serve pra nada’ que não seja auxiliar na confusão identitária do nosso povo consequentemente na unidade do nosso povo.
Eu sou preto! Homem preto da comunidade preta! Em Nós já contém toda representação da luta de libertação e fim das desigualdades sociais.
Esse esvaziamento que é tipo um ritual de iniciação da instituições euro-brasileiras (igreja, universidade, partido político) de que vc não é nada, não sabe nada e não possui nada além dos filhos e só a partir da adesão a essas instituições e reprodução de suas crenças é que vc terá dignidade, pra mim tá por fora!!
Somos o universo, a memória ancestral pulsa mas só tem acesso quem respeita, quem no meio quiser fazer parte do caminho. Cada preto, cada preta é um Sol! Desqualificado pela razão de quem sempre nos desdenhou.
Não somos pobres!!! Somos o povo mais rico do sistema solar e que se tem notícia!! Mas enquanto vc lê isso… algum autor branco, de algum século passado, sussurra no seu ouvido e diz q isso tudo é miragem…
O Antiético – é a coluna que divulga os textos publicados por Flavio Antiéticos em sua página no Facebook. Flávio é cientista político e rapper integrante do grupo Antiéticos.