Khris Mc, é estimulada a entrar no mundo do hip hop, graças as sessões de freestyles do irmão e da vizinhança na tenra idade, e enquanto Mc, preocupa-se com o sujeito ouvinte da sua musica ou não, porquanto a sua mensagem destina-se a construção e a correção do comportamento homem. Khris, mergulha na poesia para melhor comunicar o que faz com que extraia da poesia versos que carregam informações que se tornam úteis a edificação da pessoa humana.
Detentora de uma invejável capacidade de representar no papel o que paira na mente, tudo parte da sua mente, a identificação dos problemas e formulação das possíveis soluções. Khris vê no fato de a mulher ser por natureza mãe, dona de casa, estudante, trabalhadora, esposa; razões fundamentais para afastar as mulheres dos microfones.
Khris assume-se como uma Mc underground, em função da riqueza e da beleza dos seus textos e da preocupação que ela enquanto pessoa e Mc têm relativamente a modos vivendi do homem angolano e não só.
Imbuídos da necessidade do saber, o Polifonia Periférica, procurou uma das jóias do rap feminino angolano Khris Mc, para indagar o seguinte:
1-Como e quando tomou contato com a cultura hip-hop?
Khris: Desde cedo, ouvia e via meu irmão e meus vizinhos a fazerem freestyle, fui me apaixonando pelo rap sem saber, aos 9 anos ouvia e já compreendia melhor mas, foi aos 17anos que passei a conhecer a cultura na sua essência.
2-Enquanto MC qual é a sua maior preocupação ao compor?
Khris: A minha maior preocupação é passar uma mensagem e deixar uma informação, e preocupo-me bastante que as pessoas não percebam lá muito bem o cerne do conteúdo da informação.
3- Que importância o rap ocupa na sua vida?
Khris: o Rap tem um lugar especial na minha vida, eu tenho dito q hip-hop corre-me nas veias, eu respiro rap.
4-Que significado tem a cultura hip-hop na sua vida?
Khris: hip-hop significa acima de tudo amor, o sublime dos sentimentos o amor move montanhas, eu vivo a essência da cultura os verdadeiros princípios que movimentaram a sua criação.
5- O que o hip-hop mudou na sua compreensão da realidade?
Khris: Hip-hop mudou tudo, eu amadureci bastante nasceu em mim a busca incansável por conhecimento, por independência a nível espiritual.
6-Como lidas com a questão do machismo?
Khris: A questão do machismo é uma daquelas questões que, ou aprendemos a lidar com elas ou ficamos em constantes conflitos, e claro eu aprendi a lidar com ela à minha maneira, já me incomodou mais, é como um obstáculo próximo a meta que desejamos alcançar, não refazemos o trajeto por um empecilho; não custa nada transpor.
7-Qual é o estado atual do rap feminino?
Khris: Apesar de não concordar muito com esta distinção, diria que tal como todas as áreas à nível social há um fenômeno a acontecer, que é a imposição da mulher; estamos num processo evolutivo e já que faz pouco tempo desde que o mundo aceitou olhar para nós como realmente merecemos, tenho a ousadia de dizer que ainda está por vir a melhor fase daquele que é o rap feito por mulheres mas, a história até agora já tem grandes referências.
8-Qual é o futuro do rap feminino?
Khris: Sobre o futuro não sei dizer, mas sei que com o trabalho e dedicação vêm os resultados e eu conheços muitas mulheres que fazem e fazem muito bem o rap, e eu creio que vem por aí muita coisa boa.
9-Qual a razão da fraca aderência das mulheres na cultura hip-hop?
Khris: Eu não diria que há fraca aderência, falando por mim, creio que o que acontece as vezes é que nos deixamo-nos ultrapassar pelas situações da vida, a mulher é mãe, dona de casa, estudante, trabalhadora, esposa; e ainda tem a questão do assédio que por essas e mais razões muitas de nós acabamos por desistir.
10-É possível uma mulher mantida dedicar-se integralmente ao rap?
Khris: É sim possível, é uma questão de querer e querer a sério e saber conciliar, se uma mulher mantida consegue trabalhar e fazer inúmeras coisas em simultâneo não vejo porque não conseguir fazer com o rap.
11- Existe no rap feminino distinção entre rap underground e comercial? Caso exista como te caracterizas?
Khris: A distinção entre rap underground existe obviamente, as mulheres não fazem rap diferente em ralação aos homens e nem tão pouco criou-se uma sub-cultura dentro do hip-hop mas, está distinção na minha opinião tem geradora de intrigas, as pessoas têm perspectivas diferentes sobre a vida e é a diferença que faz o mundo; eu faço o que me vai na alma, tristeza ou alegria, só não me vejo a cantar músicas que não dizem nada, espiritualmente considero-me underground mas, a minha visão é para lá do underground.