Aconteceu nesta ultima quinta feira (15/12) ATO PÚBLICO NA ABI-RJ, em comemoração aos cem anos de nascimento de Carlos Marighella o herói que dizia: -” não tive tempo de ter medo”.
Mais do que comemorar os cem anos de nascimento do companheiro, este ato público teve como objetivo promover a abertura do “Ano Marighella” com realizações de palestras, debates, seminários e exposições sobre a vida e a luta deste herói do povo brasileiro por todo o país.
Carlos Marighella deixou uma marca que jamais será apagada na história da luta do povo brasileiro ao longo do século 20. Além de grande teórico marxista, militante da luta popular, dirigente partidário, deputado Constituinte em 1946, Marighella foi também um poeta notável que costumava escrever suas provas em versos nos bancos escolares. Marighella organizou a principal organização da resistência armada urbana contra a ditadura, a Ação Libertadora Nacional (ALN), da qual foi teórico e dirigente.
O “inimigo público número 1 da ditadura” foi, sem sombra de dúvida, o “amigo número 1 do povo”.
Marighella morreu na noite de 4 de novembro de 1969 em uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista. Ele foi morto a tiros por agentes do DOPS, em uma ação comandada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos maiores carrascos da ditadura de 1964.
O maior objetivo do ato é iniciar um movimento para resgatar o nome de Marighella e colocá-lo nas salas de aula, nos currículos escolares e nos livros de história. Promover uma articulação com os sindicatos e associações de professores, com os centros acadêmicos e grêmios escolares e com todos os agrupamentos que atuam na
sociedade para que todos possamos, juntos, em todos os cantos do país, bradar em alto e bom som: Viva Marighella!
Liberdade
Não ficarei tão só no campo da arte,
e, ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te,
serenamente, alheio à própria sorte.
Para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora, em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por maior risco em que essa audácia importe.
Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
que não exista força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.
E que eu por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome”
Poema de Carlos Marighella, escrito no Presídio Especial, em São Paulo, em 1939.